Classificação do Relevo
“O observador mais prevenido, que se esforça para entender um pouco melhor as formas de relevo que o envolvem, tem que saber de antemão que está vendo apenas minúsculas partes de um todo, ou mesmo elementos ou componentes quase isolados de alguns conjuntos”
(AB’SÁBER, A. N. Formas de relevo: Texto básico. São Paulo, FUNBEC/Edart, 80p. 1975. p.2)
Classificar o relevo é uma tentativa de sistematizar a realidade. Para tanto, torna-se necessário a sobreposição de dados, mapas, cartas em diferentes escalas, informações e observações. As classificações podem ainda ser mutáveis, pois devem acompanhar as nuances e modificações da mesma realidade (AB’SÁBER, 1960). Uma das classificações utilizadas envolve a relação entre classes de relevo com classes de declividade.
Aplicação: Classificando o Relevo
O que fazer
Construir formas de relevo para cálculo de declividade e, posterior, classificação do relevo como plano, suave ondulado, ondulado, forte ondulado, montanhoso e escarpado.
Temas envolvidos
Esta aplicação envolve diversos temas da área ambiental como declividade de encostas/vertentes, deslizamentos, obras de engenharia, ocupação irregular, leis ambientais e leis de uso e ocupação do solo.
Sugestões de aplicação:
Construir uma forma de relevo qualquer, calcular a declividade e classificar a forma construída conforme a relação proposta por Embrapa (2006) – (Tabela 1).
Classes de Declividade (%) | Classes de Relevo |
---|---|
0 – 3 | Plano |
3 – 8 | Suave Ondulado |
8 – 20 | Ondulado |
20 – 45 | Forte Ondulado |
45 – 75 | Montanhoso |
> 75 | Escarpado |
Tabela 2: Relação entre Classes de Declividade e Classes de Relevo
Fonte: Embrapa (2006).
Para o cálculo de declividade, seguir a fórmula:
Onde,
D - Declividade em porcentagem (%)
l - Comprimento da vertente
h - Amplitude (diferença entre as cotas altimétricas do topo até o sopé)
É preciso considerar que na areia, a medida da vertente estará em centímetros, sendo necessário converter para metros, considerando a escala, uma vez que a altitude está em metros. Para isso, fazer o cálculo de Distância Real (D) antes de fazer o cálculo de Declividade, seguindo a fórmula:
D = E . d
Onde,
E – Escala em centímetros
D – Distancia real (em metros ou km)
d – Distancia no mapa em centímetros
Para outros cálculos, se necessário:
Escala: E = d/D
Distância gráfica: d = D/E
Após o cálculo para conhecer a Distância Real, deve ser feito o cálculo de Declividade. O resultado será em porcentagem, o qual deve ser comparado na Tabela 1 com a classe de relevo especificada. A equidistância disponível é de 100 metros (mas pode ser adaptada). A escala disponível é de 1:10.000 (mas pode ser adaptada).
Bibliografias relacionadas aos Temas
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. 2. ed. – Rio de Janeiro : EMBRAPA-SPI, 2006. 306p.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. Manual Técnico de Geomorfologia. 2. ed Rio de Janeiro: IBGE, 2009 182p. Manuais Técnicos de Geociências, ISSN 0103-9598; n.5. Disponível em: http://geoftp.ibge.gov.br/documentos/recursos_naturais/manuais_tecnicos/manual_tecnico_geomorfologia.pdf.